sexta-feira, outubro 31, 2003

Cinquenta Anos de Palco




“Sê bem-vindo à Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, nós somos o Cénico de Direito”.
Repetida ao longo de quase 50 anos, a saudação de boas vindas com que o grupo de Teatro da Faculdade de Direito de Lisboa recebia os caloiros está, hoje, condenada a desaparecer.

O meu nome é Henrique Gomes, actual Director de Produção do Cénico e hoje represento os seus membros.
Decidi que não podia continuar calado face a tamanhos desprezo e desconhecimento no que diz repeito à história, obra e conquistas deste Grupo de Teatro, e que hoje se revelam cada mais sintomáticos de um fim próximo, desprestigiante e francamente injusto.

Tudo se deve, não à memória curta do público, porque esse felizmente é fiel e persistente mesmo nas alturas de pausas para ensaios, chegando mesmo a procurar informações sobre as nossas actividades junto da Faculdade.
Nem, tão pouco, se deve à escassez de actores e actrizes, já que quase uma centena de alunos se inscreve, anualmente, no atelier de pré-selecção que organizamos.
No que concerne à qualidade do nosso trabalho, basta que se refiram os sucessivos convites para participações em festivais e os concursos, que aceitam as nossas candidaturas para figurar num elenco limitado de grupos, nomeadamente, o Festival de Teatro ACASO, em Leiria e a MOSTRA de Teatro, organizado pela Câmara Municipal de Lisboa.

Aponto o dedo, sim, à entidade da qual fazemos parte enquanto núcleo, a AAFDL (associação de Estudantes da Faculdade de Direito de Lisboa). A ignorância e o desconhecimento da nossa existência são de tal maneira assustadores e inacreditáveis, que numa das nossas últimas representações no Teatro Maria Matos, incluída no Festival de Teatro Universitário de Lisboa(FATAL), e com a Peça “A Kulpa”, baseada no “Processo”, de Franz Kafka, um representante do departamento cultural da Associação de estudantes chegou mesmo a confessar, inconsciente do teor ofensivo do que viria a ser o seu desabafo pessoal, que não fazia ideia da qualidade do “seu Cénico”, um grupo só com meia centena de anos e desde sempre ligado à Faculdade.
Por outro lado, quem aceder à página de internet da AAFDL, verá que o Cénico é, de facto, mencionado enquanto núcleo, mas a verdade é que já temos página do grupo ( www.cenico.no.sapo.pt) há cerca de 3 anos e apesar dos múltiplos contactos para a adicionar à pequena menção, apenas obtivemos o silêncio característico do dolce fare niente.

Ano após ano, convencidos pelas promessas das campanhas, pelo desejo enérgico de mudança, pelos sorrisos afinal enganadores e pelo, hoje muito actual, falso interesse pela cultura, ou melhor, pela Cultura da Cultura.
No fim, confrontados com o vazio das palavras gravadas nas mentes, mas nunca no papel tal é a confiança entre futuros juristas, ficamos de mãos a abanar, não em termos de trabalho, porque simplesmente não podemos parar, mas a nível monetário, já que inevitavelmente e como é lógico, temos de remunerar o Encenador que infelizmente se submete a estas condições todos os anos.
Inacreditavelmente, depois de terem sido montadas duas peças que correspondem a dois anos de trabalho de encenação (“A Kulpa”, e “à espera de Godot”, a estrear no Festival de Teatro Acaso em Leiria a 9 de Novembro deste ano), o nosso encenador ainda não recebeu, até à data, qualquer remuneração, uma vez que a promessa feita pela AAFDL no início deste ano, de um subsídio dividido em três tranches em datas já decorridas, não foi mais uma vez cumprida.

Convencido de que é condenável este desrespeito por alguém que dignifica tanto o Grupo Cénico de Direito, e de que se trata de uma situação que não pode continuar a repetir-se, venho por este meio anunciar aos órgãos de comunicação social e restantes interessados, que a menos que algo seja feito no sentido de reparar a actual situação vergonhosa e degradante, o Cénico de Direito será forçado a deixar de pisar os palcos e a cessar a sua actividade enquanto Grupo de Teatro Universitário no final deste ano de 2003.

Ao nosso fundador, Malaquias de Lemos, falecido no dia 1 de Janeiro deste ano, e à sua família deixo o meu profundo agradecimento e a inevitável vergonha, que hoje carrego, por ser forçado a tomar atitude tão drástica, cerca de 50 anos depois de um acto de tanta coragem.



Em nome do Cénico

Henrique Martins Gomes

O segredo da Burocracia



Se és cidadão, se tens dúvidas sobre os teus direitos e deveres e queres uma resposta rápida... ... ... não, não é preciso juntares-te ao CENFIC, basta que procures a solução em INFOCID.
Experimenta!


P.S.: contém páginas actualizadas sobre o modo correcto de pagar o IRs e Irc, a tempo.

Direito à indignação


Estou cansado e farto. Muito farto.
O mundo conforma-se e eu ainda não.
Revolto-me com o que vejo e num grito surdo transformado em palavras, transmito a minha indignação.
Se é de esperar que os vírus sejam criados pelas empresas de software de anti-vírus, e que as doenças sejam criadas e estudadas pelos laboratórios que fabricam medicamentos, a lógica mais distorcida impede-me de imaginar que sejam os próprios advogados, juízes ou meros juristas a incentivar outro meio mundo a violar a lei.
A raiva consome-me lentamente à medida que revejo mentalmente imagens recentes e perturbadoras.
Hoje descobri, finalmente, de uma forma cruel e arrepiante que os carros que vagueiam pelo Parque de Estacionamento Privativo da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, ali bem em plena Alameda Da Universidade, procuram a companhia de jovens do sexo masculino que se prostituem em plena propriedade da Faculdade.
É como lhes digo, esta noite, saindo de uma ensaio do Grupo Cénico de Direito de que faço parte, fiquei chocado com a imagem real, típica, de um jovem a vaguear sozinho pelo estacionamento, coberto pela luz dos candeeiros que o iluminam como se estivesse numa montra. Tudo para depois desaparecer no interior de um carro, que por sua vez se esfuma entre a escuridão dos lugares mais afastados da entrada do parque.

Prostituição na Fdl - sinto-me repugnado como ex-aluno e sobretudo desiludido por ninguém do corpo directivo pôr termo a um situação de resolução fácil, bastaria encerrar as cancelas do parque todas as noites.

Falem menos e façam mais.
Simples, não é?

terça-feira, outubro 28, 2003

O dom




Rir.
Sorriso tornado som, que anima e alimenta qualquer sala ou quarto.
Unidas sob a forma de palavras mágicas, a inteligência de uma observação e a ideia mental de satisfação e de conquista do nosso sentido humor, são as características e consequentes sensações imprenscindíveis em qualquer boa piada.
Rir é ser-se convencido de que algo merece a oportunidade única de comunicar com o infante que há em nós, desprendidos de armas e defesas com que nos vamos acostumando e que carregamos até ao último sopro de C02. Talvez seja por isso, que o homem diminui de estatura com a idade, é do peso das suas armaduras.
Detestamos e tememos a vulneralibilidade do nosso riso.
Mas só isso nos faz sentir bem, embora por pouco tempo, como tudo o que é bom na vida.

Sugestões para os destemidos:

- Robin Williams na Broadway, pela cadeia HBO.
- Fawlty Towers, com John Cleese, pela cadeia BBC.

Estes dvds estão à venda na Fnac.

Quanto ao riso mais genuíno há que procurar os espectáculos com qualidade, por exemplo, este projecto que promete não apenas pelo renome dos intervenientes, mas pela sua obra, notável, que até hoje fez rir muita gente, sendo esse exactamente o seu intuito.

Eureka!



De acordo com o Portugal Diário: BiBi chéché!

Ou com um arranjo diferente das mesmas letras...

BiBiébichébiché... -> dí­zima infinita, and so on and so on.

Cá para mim o psiquiatra é o Pedro Strecht, mascarado de Rui frade e com voz alterada ...

segunda-feira, outubro 27, 2003

Gastos



Se há coisa que já chateia, é a repetição, ano após ano, de alguns anúncios, sobretudo os característicos da quadra natalícia. Ou é o chocolatinho do casal guloso que só quer delícias Ferrero, mas que ainda tem de esperar por Outubro porque ainda está muito calor ou a promoção da bebida tão oportuna para as férias de Natal, altura de viagens, de deslocações familiares, que é o Whisky Logan.
O da Ferrero ainda passa, pois finalmente trocaram a Madame e o Ambrósio que faziam as maravilhas dos contadores de anedotas mais picantes, pelo par que só quer Rocher ou mon cherry.
A Logan, por outro lado, é mais insistente, uma vez que mantém há já 3 anos o anúncio em que os protagonistas têm a conversa do " Quero Logan, porque ainda não inventaram nada melhor".

É coerente, se teimam em exibi-lo... ... ... é porque ainda "não conseguiram inventar nada melhor".

domingo, outubro 26, 2003

O meu Sushi



Seguem-se algumas imagens que demonstram bem a que ponto pode chegar a minha paixão pela gastronomia japonesa.
Desejoso de sentir de novo o sabor avinagrado das folhas de gengibre e a frescura dos peixes presos nos rolos de arroz, decidi lançar-me na orientalização dos meus hábitos, na demonstração de que os livros adquiridos sobre a confecção das pequenas maravilhas japonesas tinham um fim último, o de partilhar com os meus utensílios, facas, garfos, pausinhos, este enorme prazer.
Espero que as imagens agradem tanto como o seu sabor real...





sexta-feira, outubro 24, 2003

Ó chefe, vai uma moedinha para o estagiário?



Lisboa é a cidade da inovação, do savoir faire je ne sais quoi, das modernices.
No fundo é esse o papel de uma Capita, apanhar com tudo o que vem de fora, tretas e manias incluídas. Mas de vez em quando, Lisboa antecipa-se e dá o Exemplo, mesmo que seja mau.
Estou a falar, obviamente da criação do Serviço de Estacionamento Facilitado, mais conhecido pelos seus utilizadores, como SEF ou "Os Arrumadores".
Utilizando a oportuna alusão ao comportamento do Vírus, feita no filme Matrix por AGENT SMITH, este grupo de personagens revela características muito similares já que se aproveita do medo para forçar os colegas condutores a ceder a tão desejada moedinha.
Mas, outra das características do Vírus é a sua capacidade de evoluir.
Dito, feito.

Estava a atravessar a Av. da República quando ouço um Arrumador dirigindo-se, eventualmente, para um automobilista que passava, dizer:

- Ele ainda é estagiário!

A voz arrastada do emissor da declaração, não permitiu identificar, de imediato, quem seria a pessoa que parecia conhecer-me enquanto Advogado-estagiário.
Descobri rapidamente que não se referia a mim, que não me reconhecia, e sobretudo que o Estagiário era outro: nem mais, nem menos que um jovem recém-chegado ao mundo do SEF.
Aparentemente, falara o Patrono, referindo-se ao seu mais recente discípulo.

Logo comecei a imaginar em que consistiria o "estágio":

- Exames práticos - Medição do rigor com que se indica a manobra mais adequada, para o lugar de estacionamento desejado. Material indispensável: revista ou jornal enrolados a servir de ponteiro. Introdução às técnicas de rotação e ritmo de ponteiro.

- Exames Escritos - requisito essencial para testar a aquisição dos conhecimentos pelo novato, com a vantagem da adopção do método americano de cruzinhas. Material indispensável: Moeda ou Chave para marcar as respostas e a Chapa de qualquer automóvel como local onde o aluno deve responder. Este procedimento tem a vantagem de o estagiário poder treinar em simultâneo a sua habilidade na elaboração dos riscos, afinal, é essa a base de toda a actividade lucrativa, ou seja, a persuasão.

Por isso não se admirem....

Eu (não) sou um ET



Ainda bem que os meus dedos conseguem desenvencilhar-se, escapando à paralisia que me toma os músculos que rodeiam a boca e a mantêm aberta. Bem aberta.
Embora o momento exija um bom palavrão, corrijo, um bom grito de raiva, a verdade é que a indignação obriga-me a transformar tudo o que sinto em palavras. Graças a BLOGGOD que existem pontos de exclamação!

Aqui vai:

Não obstante os constantes apelos do DR. Lopes, que como toda a gente sabe é o famoso ventríloquo que ressuscitou o Marquês de Pombal, para usarmos os transportes públicos, a verdade é que ainda teimo em escolher o ambiente recatado e privilegiado do meu veículo automóvel. TEIMOSIAS!
E assim, há dois dias atrás, regressando de mais um dia de estágio, farto de violações de Direitos, vi-me actor protagonista dum caso que até à data só conhecia dos processos que acompanho no escritório.

Na falta de lugar para estacionar na praceta que alberga o meu prédio, decidi levar o carro até ao conforto do lugar que lhe está reservado na garagem. Conforto longínquo já que o acesso se faz por outro prédio, uns metros mais acima.
Já a esfregar os olhos de sono, desço pela rampa e deixo o automóvel deslizar quase ao sabor do ralenti, até ao lugar vazio...
Eu disse vazio, porque foi assim que pensei encontrá-lo.
A realidade já nem preciso de a escrever.
Claro que deixei um papelito improvisado no pára-brisas do veículo do transgressor, desta vez, do meu direito de propriedade, indicando o n.º do andar que reclamava uma legitimidade agora inútil.
Passaram quase dois dias, sem que o dito 4 rodas se movesse ou até mesmo que o dito escrito desaparecesse... Nada.... tudo na mesma.

Polícia com ele. Se fosse roubado agora se saberia.
Irado, revoltado, incrédulo.

"...Pertence ao Sr. X, e é seu vizinho..." - Sorriso e risada da agente que me escutava do outro lado do telefone.

Lá vou eu tocar à porta do tal X, e reponde a voz da progenitora, depois da minha conversa lhe vir reavivar a memória: "...E deixou lá algum papel no carro?..." - Alguém me consegue explicar o que é que isto quer dizer?????

Enfim, lá veio o dito Sr. retirar o carro, meio estremunhado, sempre eram 23.20.
Chega ao veículo, cumprimenta-se com um aperto de mão e sai-se com:

- Você é que é o dono do lugar?
- Sou, e já há dois dias que estou a tentar pôr aqui o carro.
- Desculpe, é que costuma estar vazio.
- Estar vazio não significa que não pertença a alguém.
- Pronto, eu vou passar a pôr o carro lá fora
- Esta frase foi dita com tanto desalento e insatisfação, que não poderia ser brindada com o meu silêncio:

- Não me diga isso a mim, eu não tenho nada a ver com isso. Aliás já nem é a primeira vez que isto acontece. Parecendo que não o Sr. causou-me incómodo.

O Silêncio, afinal, pertenceu-lhe, apesar de estranhamente contrariado.

Não devo ter sido suficientemente convincente.....

quarta-feira, outubro 22, 2003

As (minhas) Fotografias Críticas



Navegando alegremente pelo sapo, que venho a descobrir?
Alguém que terá plagiado as minhas capacidades fotográficas, ou vá-se lá saber como, viajado até ao futuro e regressado com suposta obra minha, exposta agora sem consentimento do autor.
Quem por aqui passar, verá que terei (reparem a oportuna utilização do futuro) sido o seu autor moral, mas não material visto não me lembrar de nada. Será este mais um caso digno de MEMENTO II?

N.B.: Só espero que o engraçadinho não seja nem actor nem escritora-cientista!

segunda-feira, outubro 20, 2003

Eu sou um Telele-dependente...



Para quem tem muitos amigos, pouco dinheiro no telemóvel e queira conhecer algumas dicas e truques:

- Páginas 50 a 52 da Revista Men´s Health



Nota: Aos cavalheiros -> Eu disse 50 a 52 e não 78 a 83!

Operação:

"FDL - Embaciado Nocturno"

Noite cerrada.
Há um cheiro intenso a humidade, sem dúvida proveniente da alta vegetação onde me encontro. Aqui ao lado, um parque de estacionamento onde os alunos da Faculdade de Direito de Lisboa deixam diariamente e por algumas horas os seus veículos. É curioso observar este espaço, porque se por um lado em comparação com os parques criados para os alunos das Faculdades adjacentes, este é sem dúvida o mais desleixado e menos cuidado, por outro, aqui encontram-se veículos quase novos de todas as cilindradas e preços.
Ainda tenho acesso a ele, mas por pouco tempo.
São 10 horas e picos da noite. O ambiente está carregado, talvez não pelo silêncio da alameda da Universidade que se vai impondo, mas pelo manto escuro de desconhecimento que agora paira nesta área.
Levantadas as cancelas que limitavam a entrada aos não utilizadores diurnos, o "Novo Parque" parece suscitar a curiosidade de muita gente, de muitos condutores noctívagos, aparentemente homens.
Por razões profissionais passo por aqui com muita frequência, mas nunca paro, pelo menos a esta hora.
Hoje não.

Vejo entrarem às dúzias, carros, carrinhas, jipes e caravanas, primeiro movimentando-se ao longo de todo o troço transitável, desbravando com os potentes faróis os obstáculos humanos e restantes veículos inertes.
Depois, travam e aceleram como se procurassem um abrigo, onde a camuflagem seja perfeita, onde o físico se dilua na paisagem tridimensional.
Palavras complicadas para descrever movimentações estranhas.

Entrou mais um automóvel.
Aparentemente sozinho, um homem nos seus 40, avança cuidadosamente pela estrada em mau estado que circunda os lugares, agora vagos, imitando os guardas que fazem a ronda, para se certificarem da segurança alheia: este zela pela sua.
Ligam-se novas luzes, estas há alguns minutos adormecidas no meio da vegetação, e que agora estão em sobreaviso.
Não se vê nada no interior dos veículos que rapidamente criaram um barreira de humidade e vapor que cerca os vidros, e muito embora a imaginação nos leve a acreditar que os casais de Lisboa têm um novo poiso, a verdade é que na sua maioria, os condutores que aqui entram vêm sozinhos.
Parecem estar à espera...como está o senhor que entrou.

Vou-me embora.
É tarde e pelo ar da coisa, não é hoje que descubro o que por aqui fazem antes e depois deste desfile de luzes e dos silêncios humanos abafados pelos motores.

Sei que um dia, estes comportamentos estranhos terão um fim, que talvez nunca venha a saber o que a minha "curiosidade Felícia Cabritiana" tanto exige.
Nesse dia, ficarei grato, como ex-aluno, por fecharem as cancelas à noite.

sexta-feira, outubro 17, 2003

Indignação



Devo confessar-vos que me encontro em estado de choque.
Descobri a Verdade, não a do Mulder ou de Scully, mas a dos posts com sucesso e qualidade.

Os resultados de uma pesquisa cuja a amostra abrange, acreditem ou não, os blogs inteirinhos, respondeu a todas as dúvidas mais pessoais, nesta coisa de se escrever posts com piada e interesse.

Efectivamente, ao que parece, não é a imaginação espontânea nem o engenho que fazem de um blog, um bom blog! Ao invés, e tenho provas conclusivas para poder afirmá-lo com convicção, tudo se deve ao estado, mais ao menos inebriado, em que os bloggers se encontram, quando se atiram ao teclado.
Escusam de o negar, eu tenho provas: Não há ninguém sóbrio com um blog: nem no Blogspot, quer no weblog.com.pt.

Será por isso que este blog...?

quarta-feira, outubro 15, 2003

"O meu Pipi" à Venda



A Oficina do Livro rendeu-se às virtudes literárias do inigualável anatomista e mais conhecido blogger anónimo de Portugal: O meu Pipi.
E porque quem sabe, sabe, a Fnac já dispõe de exemplares do livro à venda.
Resta saber se o texto que tenho guardado há anos no cofre com o título "A minha pinta no nariz por causa da varicela", terá o mesmo sucesso.

A Festa Desejo Casar



Perdoem a demora, mas a explicação para o atraso reside no post anterior!

-22.30 no Madres de Goa-

Fui um dos primeiros a chegar, e como tal, tive o privilégio de saber, talvez cedo de mais, qual o programa de festas da longa noite que se avizinhava.
O ambiente adormecido no silêncio que ecoava nas paredes, fazia apenas adivinhar uma de duas coisas: que me tinha antecipado bastante, ou a Party não teria a adesão esperada e especulada.
Felizmente, e para não dizer que foram os restantes bloggers que chegaram atrasados, tinha sido o maldito relógio estrangeiro que me obrigara a chegar antes da hora. Sim, porque se há coisa que mais irrite um turista, ou em especial um imigrante inglês, é a nossa falta de pontualidade. Enfim, deixemo-nos de pormenores....horas, minutos, é tudo a mesma coisa.
O que é facto é que o espaço rapidamente aqueceu em temperatura e em diálogos, mal se ouviram os primeiros "eu sou do blog X, e tu?".
Acenos, olhares fingidamente distraídos, curiosidade disfarçada num segurar de um copo há muito vazio, notar e não ser notado.
Tudo junto ao bar, onde qualquer movimento serve de pretexto para quebrar o gelo fictício das conversas que ainda estão para serem geradas. Ao invés, do lado de lá do balcão, outro gelo se partia, ou não fossem as caipirinhas e caipiroskas o "ex libris" do Bar e curiosamente uma das especialidades do Marcos, reputado barman brasileiro da noite Lisboeta.
O som meio inebriado saía entusiasmado das colunas e intensificava os contactos ao ponto de todos se sentirem agora anfitriões do recém desvendado mundo da luso-blogosfera.
Num dos cantos, uma sessão de slides informatizada, tomando o lugar das velhas máquinas de slides que ainda fazem as delícias dos que ainda não se renderam ao programa Power Point, onde são exibidos os vários blogs convidados e alguns dos seus textos.
O Olhar Crítico teve sorte!
De resto, fico contente por não terem dado aos shots o nome do blogs presentes, a qualidade era manifestamente desproporcional, já que o seu gosto fez jus ao nome das bebidas e foi o único pormenor sem relevância, que escapou a uma noite onde ficou demonstrado o valor, a imaginação e o DESEJO DE CONFRATERNIZAR do Blog organizador.

Parabéns!

Nota: gostei de ideia de unir as pessoas através dos artigos do Código Civil. Safou-se o Pipi dele, de não terem utilizado o Código Penal...

segunda-feira, outubro 13, 2003

Esclarecimento



Por motivos alheios à vontade de quem escreve neste espaço, não tem sido possível agradar os leitores do Olhar Crítico, uma vez que o computador pessoal se aliou à greve nacional de estudantes, recusando-se a funcionar até que seja aumentado na sua memória e que nele seja instalada um cópia licenciada do Windows.
Ciente de que uma destas exigências é impossível de realizar, o autor desta página tem efectuado todos os esforços para que as conversações informáticas resultem brevemente no restabelecimento do serviço.

Nota: Parabéns ao Bruno Nogueira.

Sozinho em casa IV



Quem montasse uma máquina fotográfica, ou de filmar, no meu apartamento e espiasse a rotina diária deste olhar crí­tico, teria muito que escrever no seu blog.
Já me estou a imaginar numa fotografia de boxers, t-shirt vestida à pressa e chinelos brancos felpudos, a fazer o pequeno almoço.
Os solteirões donos de casa, terão certamente entendido porque me passeio em casa com estes chinelos meio afeminados pois também eles recebem os brindes na compra de 4 refeições rápidas congeladas "4 SALTI" da Iglo.
Mas que a minha reputação de cozinheiro não fique arruinada com estes pequenos laivos de preguiça que ocorrem, normalmente, em dias de grande cansaço, ou não fosse eu um apaixonado pelo requinte, sabor e a cuidada apresentação de um prato (entende-se agora a minha paixão pela gastronomia Japonesa).
Ao mesmo tempo, a inevitável e indispensável música que me acompanha diariamente nas lides da casa, à excepção do único dia do mês em que rogo pragas ao aspirador por fazer tanto barulho: o dia das limpezas.
A casa, poderia contar muitas histórias e segredos, mas não os meus, pois só muito recentemente me mudei.
Uma coragem obtida com o início do estágio e com a incontornável tristeza dos "grandes pais", como dizem os franceses, com quem vivia.
Só espero que os vizinhos de baixo não tenham horários de acasalamento estranhos (perdoem a minha linguagem BBC- Vida Selvagem), é que se ouve tudo do alto do meu 12º andar.
A vingança é um prato que se serve frio....

quinta-feira, outubro 09, 2003

A FESTA É HOJE!



Todos os amigos do blog DESEJO CASAR ou apenas adeptos da instituição do Matrimónio estão, por este meio, convocados para a:

GRANDE FESTA "DESEJO CASAR"
Dia 9 de Outubro/5ª feira - no Madres de Goa, Lisboa (primeira à direita depois da Casa México, quem vem da Assembleia da República, junto do ISEG)

Depois do destaque que os blogs mereceram no "Público", "SIC-Notícias", "RTP", "NTV", "Antena 1", "Visão", "Focus", "DNa", "Boletim Paroquiano de Salvaterra", "Borda DÁgua - edição adultos", magazine "Le Nouvel Bloggeur" e no fanzine da "Liga Sado-Maso Portuguesa" chega, finalmente

A primeira festa de um weblog português!

Venha dançar, beber e conviver com os bloggers portugueses, os homens e mulheres, sobre a face da Terra, que mais vezes ouviram a frase:

"Ó filho, não foi pra isto que te paguei os estudos!"

A festa DESEJO CASAR inclui SHOTS com nomes de blogs nacionais, imagens VJ com blogs portugueses, um padre para casar pessoas no local e os DJs:

DJ Bórgia (LFB, Desejo Casar)
DJ Casado (NCS, Desejo Casar)
e os convidados:
DJ PASCP (Pedro Adão e Silva, País Relativo)
DJ Menino (João "Menino" que, valha-o Deus, não tem um blog!)

VENHA DIVERTIR-SE COM OS TIPOS QUE IRRITARAM PEDRO ROLO DUARTE, MEDEIROS FERREIRA, LÚCIA GUIMARÃES, EDUARDO PRADO COELHO, OS PATRÕES E A PRÓPRIA FAMÍLIA. DISCUTA O TAMANHO DO SEU SITE METER COM O BLOGGER DO LADO E TENTE O ENGATE A UMA MULHER DE CARNE E OSSO COM O JÁ CLÁSSICO:

"FAZES-ME UM BLOG?"

segunda-feira, outubro 06, 2003

Alugar VS Arrendar



De uma vez por todas:

É muito comum estabelecer-se uma confusão terminológica entre os conceitos: arrendamento e aluguer.
Qualquer um de nós que atravesse uma rua, verificará alegremente que algumas janelas de prédio mais recentes contêm cartazes dizendo: Aluga-se, arrenda-se, etc... . Surge, pois, com naturalidade a falsa ideia de que os dois conceitos podem ser utilizados indistintamente, como de sinónimos se tratassem .
Ora bem, não só não são sinónimos, como tais cartazes incorrem numa imprecisão grosseira aos olhos de qualquer jurista.
Efectivamente, há uma diferença a saber:

As casas, as vivendas, os apartamentos, as lojas, enquanto bens imóveis ---> Arrendam-se.

Os carros, os fatos de carnaval, a mobília, ou quaisquer outros bens móveis ----> Alugam-se .

Nota: resta saber se os autores dos cartazes, são os efectivos proprietários dos bens, e não me refiro aos procuradores.... Cautela!

Mais dúvidas - email: olharcritico@netcabo.pt

sexta-feira, outubro 03, 2003

"Don't judge a book by its cover"

Falando de Publicidade, faço hoje referência a um blog curioso, com o título, perdoem-me a redundância ou o pleonasmo (ando a ler umas coisas!) , o "blog de publicidade".
Vale a pena!
Parabéns ao recém criado Blog Quarta Vaga, por se juntar a tantos outros combatentes da ignorância, com ou sem dom da Palavra.


Nota: Este blog teve uma técnica de publicidade curiosa, pois incluiu no seu template uma lista infindável de Blogs já existentes, incluindo este (MUITO OBRIGADO! - Qualquer problema temos livro de reclamações, mais conhecido por: Comentários.).
Nem quero imaginar o que aconteceria se a mesma mente publicitária tivesse optado por "Quarto Vago"....

Dicas para um vôo seguro, por Bush Jr.



Há SITES que não têm descrição possível.
O que apresento hoje é, sem dúvida, um clássico dos Cartoons, porque se atreve a parodiar um dos maiores medos do Homem da Era Pós-Icareana: o medo de "cair" de Avião.
Imagens banais, constantes em qualquer folheto de informações de segurança entalado na cadeira do passageiro da frente, mas com legendas deliciosas e hilariantes.
Mais palavras para quê, vejam em Airtoons.

Enjoy!

quinta-feira, outubro 02, 2003

"CIDADJI OFF AIR"



Ligar limpa pára-brisas, desembaciador do vidro de trás, rádio e... nada.
Estava eu à espera da Brasileirada do costume no 107.2, mas em vez disso, apenas uns jingles publicitários e as vozes de jovens compatriotas a dar os bons dias aos ouvintes.
Ainda pensei que tivessem contratado novos locutores, mas a verdade revelar-se-ia mais dura: acabaram com a Rádio Cidade.
Com efeito, quem sintonizar na mesma frequência, arrisca-se a ouvir uma nova estação, em tudo diferente, ou em quase tudo: "A Rádio Cidade FM".

Enfim, o que será que vão inventar a seguir.... um partido de oposição???