sexta-feira, outubro 31, 2003

Direito à indignação


Estou cansado e farto. Muito farto.
O mundo conforma-se e eu ainda não.
Revolto-me com o que vejo e num grito surdo transformado em palavras, transmito a minha indignação.
Se é de esperar que os vírus sejam criados pelas empresas de software de anti-vírus, e que as doenças sejam criadas e estudadas pelos laboratórios que fabricam medicamentos, a lógica mais distorcida impede-me de imaginar que sejam os próprios advogados, juízes ou meros juristas a incentivar outro meio mundo a violar a lei.
A raiva consome-me lentamente à medida que revejo mentalmente imagens recentes e perturbadoras.
Hoje descobri, finalmente, de uma forma cruel e arrepiante que os carros que vagueiam pelo Parque de Estacionamento Privativo da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, ali bem em plena Alameda Da Universidade, procuram a companhia de jovens do sexo masculino que se prostituem em plena propriedade da Faculdade.
É como lhes digo, esta noite, saindo de uma ensaio do Grupo Cénico de Direito de que faço parte, fiquei chocado com a imagem real, típica, de um jovem a vaguear sozinho pelo estacionamento, coberto pela luz dos candeeiros que o iluminam como se estivesse numa montra. Tudo para depois desaparecer no interior de um carro, que por sua vez se esfuma entre a escuridão dos lugares mais afastados da entrada do parque.

Prostituição na Fdl - sinto-me repugnado como ex-aluno e sobretudo desiludido por ninguém do corpo directivo pôr termo a um situação de resolução fácil, bastaria encerrar as cancelas do parque todas as noites.

Falem menos e façam mais.
Simples, não é?

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