Uma viagem - 2ª prestação
Dizia eu, que o Garve já me entra pelo pára-brisas, e o seu cheiro característico se apega aos veículos que ousam percorrê-lo.
E digo ousar, porque as suas estradas têm fama de cemitérios planos, onde a chapa e o cimento constituem uniões de facto com características de matrimónio: "até que a morte os separe".
- Mais devagar! - assim se insurge a minha consciência, ciente das estatísticas dos que ainda não regressaram a casa, para a sua família, para os seus filhos, para o esposo, ou apenas para o fiel amigo que aguarda fechado no lar.
Portimão, cidade de um crescimento único nos últimos anos, vê-se hoje dividida entre duas pontes. Pessoalmente prefiro a antiga, pelo cheiro a sardinhas, pelo porto de pesca cada vez mais solitário, pelas cores dos polos muito viajados dos turistas, pelos restaurantes das grandes sardinhadas, mas quis o destino ou a confusão da sinalização, que atravessasse o Rio Arade pela irmã mais nova.
Estaciono mesmo em frente da Câmara Municipal, onde vou passar grande parte do meu dia num Concurso Público.
O comum mortal já tem fome, mas onde comer?
A ementa é inevitável: Peixe grelhado...
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