sexta-feira, abril 20, 2007

Auto-controlo

Estar só tem-me permitido pensar.

Não penso muito, mas aprofundo os pensamentos, e com isso tenho tido algumas surpresas.

Reconheço que um dos meus traços principais é a impulsividade.
Na maioria dos casos funciona a meu favor, mas se fosse crente nos signos, o facto de ser gémeos dar-me-ia uma boa desculpa para justificar a conclusão a que cheguei.

É que a impulsividade tem-me trazido, ultimamente, alguns problemas.
Reajo de forma agressiva e violenta psicologicamente no relacionamento com as pessoas de quem mais gosto. Quase numa lógica de exigência de actos, atitutes e gestos, que fiz com que deixassem gradualmente de ser espontâneos nessas pessoas (namorada, mãe, familiares, etc), até que foram desaparecendo.

E penso um pouco mais.
Em silêncio, sem desesperos, sem medo de perder ou de me faltar o ar.
Na verdade, começo a sentir que ganho algo de novo, nova bagagem para lidar com os outros.
O primeiro passo: reconhecer através da constatação surpreendente daquilo que hoje sou, e naquilo que me tornei.

Isto porque nem sempre fui assim.

Isso implica, outra atitude drástica e dura, a de admitir que errei, várias vezes, muitas vezes, e que nenhuma relação termina ou se deteriora, por culpa exclusiva de um. Melhor ainda, a palavra culpa não é a adequada.
Falemos de causa-efeito.
O que é que levou em mim, na minha maneira de agir, a que outrem agisse daquela forma.
Falemos de comunicação, da falta dela, de dificuldades ou pura e simplesmente de incapacidade.

Quando duas pessoas se escolhem pela silenciosa atracção do sentimento, deixam-se ir num caminho leve e paradisíaco, que se caracteriza pela total e inequívoca ausência de problemas.

O Sentimento (pre)domina de tal forma (n)os amantes, que mesmo que falem em chinês, ou com comida na boca, tudo corre bem....as palavras não interessam.

Mas as relações não duram só com este sentimento, se não houver de facto algo que permita a dado momento um entendimento entre ambos.
Segundo me é possível perceber, dialogar é essencial. Mas ouvir o outro e o que nos transmite é fundamental.

De novo, uma reflexão acrescida.
Tenho a tendência obsessiva de amar loucamente, de negar a minha personalidade ao ponto, de me perder.
Significa isto, que o resultado final é óbvio (mas só há bem pouco tempo, o que significa que a responsabilidade de não voltar a acontecer no futuro é inteiramente minha e está nas minhas mãos) ACABO POR NÃO DAR ESPAÇO AO OUTRO PARA ME AMAR.

Sei agora, onde errei. É que se nesta expectativa de receber, não virmos o sentimento da pessoa devemos questionar-nos de duas formas: O que é que a impede de me amar? Será ela a pessoa certa? Ou será que tem um problema e não consegue lidar com ele? E se sim, se eu insistir, acabarei por pressioná-la ao ponto de não se sentir bem com isso e incapaz de me amar?

Questões válidas e que agora já sei responder. Curiosamente, agora que te tenho tão longe.

Na Vida, nada é em definitivo a não ser a morte.

Vivo com a certeza de que o que fiz mal ontem me vai ajudar a ultrapassar, nas minhas relações futuras, as ratoeiras da vida, do amor, e da incerteza.

Essencial?
Não entrar em desespero, fugir do efeito funil, do cair no buraco, da vitimização..... é muito mais importante compreender o que se passou e lidar com isso para o futuro, com a certeza de que tudo vai correr bem.

Porque tudo correrá bem, nem precisamos de acreditar nisso, porque é uma realidade da qual não podemos fugir, desde que..... a queiramos!

E eu quero.

7 comentários:

Anónimo disse...

Admiro a atitude que demonstras através das tuas palavras.Estás no bom caminho amigo: tudo a partir de agora será diferente porque, tal como dizes, tu queres!!!
Bjos, boa noite*

Anónimo disse...

O caminho da felicidade começa na nossa vontade e capacidade de nos conhecermos, aceitarmos e resolvermos o nosso "eu".

Fica a sugestão de algumas leituras interessantes, construtivas e "de confiança" (nada do tipo "ser feliz em 10 lições"...)

Um abraço.

John Powell
http://www.webboom.pt/ficha.asp?ID=2123

http://www.webboom.pt/ficha.asp?ID=30351

http://www.webboom.pt/ficha.asp?ID=71572

http://www.webboom.pt/ficha.asp?ID=21918

Francesco Alberoni

http://www.webboom.pt/ficha.asp?ID=10270

http://www.webboom.pt/ficha.asp?ID=85766

Anónimo disse...

Ainda bem que estás de volta.
Jinhos
Da João

Anónimo disse...

"Pedem tanto a quem ama: pedem o amor. Ainda pedem a solidão e a loucura." H. Helder

Incógnita

Anónimo disse...

Desculpe a minha honestidade mas julgo que na vida não é apenas a morte como certa!!! os impostos também lá andam!!! esses são certos como a morte!

Anónimo disse...

Acho que estás no caminho certo, sim. Força e atenção pra não repetir os mesmos erros e ao amar demais, amor "por dois", acomodar o outro de nem precisar amar tanto assim diante do teu gigante amor... bjs

Anónimo disse...

Como tenho tido um pequeno problema com o meu "auto-controlo", parti à descoberta... quem sabe descobrir alguma pesquisa acerca do tema. Vim ter a esta página... Gostei da reflexão. No outro dia, quase k me ia dando um ataque de nervos, logo explodir por causa de uma coisa tão insignificante! Pensei: "Tou-me a passar!" Ainda bem k caí em mim, pois a minha reacção foi dizer: "Dêem-me só um minuto." Resultou... bastaram só alguns segundos e acalmei. Consegui retomar a conversa sem partir a loiça toda! Fiquei a pensar naquilo o tempo todo. "Tenho k me controlar." - pensei cá para os meus botões... "K se passa comigo?" Sei k tudo tem uma justificação. Há alturas em k kker coisa faz saltar a tampa! Há pessoas que guardam tudo outras que simplesmente estoiram como um foguete! A estratégia está em conhecer-mo-nos bem e ter estratégias para esses momentos.