sábado, julho 23, 2005

Errata 96 milhões



Onde se lê

Como ganhar o Euromilhões sem saber como!!!!

deve ler-se

Como não ganhar o Euromilhões sem saber como!!!!

sexta-feira, julho 22, 2005

A Falha humana


O Alberto João Jardim e a Ministra da Educação ganham, em simultâneo, o Euromilhões.

No dia seguinte a Ministra reclama a totalidade do prémio, porquê?



R: Porque afirma que a Madeira não faz parte da República Portuguesa, e na Inglaterra não há o Euro!

Como ganhar o Euromilhões sem saber como!!!!



Quero aproveitar este post, para provar a todos os cépticos presentes desse lado do ecrân, que horas antes do sorteio do grande Euromilhões, eu, Henrique Gomes, já sabia que ia ser contemplado!

Não me perguntem como sei, nem o que vou fazer com o dinheiro... chama-se "fézada", e na pior das hipóteses, depois de saber o resultado do sorteio, este post desaparecerá como por magia, como se nunca tivesse existido..... a fézada, nem o dinheiro!

É que o prémio de 96 milhões de euros, pode tornar reais os luxos mais extravagantes de cada um de nós, por exemplo, quem não gostaria de ter uma barragem privativa.
Na verdade, até é suficiente para a construção de 2.

Mas não só o mero cidadão anseia ter tanto zeros, à direita, num cheque.

Diz quem sabe que o Estado joga todas as semanas, e que no meio de tanta excentricidade, até consegue passar despercebido..... é a crise.

Mas também o actual cessante e quase Ex-ministro das finanças, ficou afectado com os JAckpots sucessivos ao decidir pular fora do cargo.

Diz quem sabe que, o salário do ministro, incomparavelmente inferior àquele de que se viu obrigado a prescindir, por cumulação de cargo e reforma, é insuficiente para pagar as ondulações, a pintura do cabelo, e sobretudo os motoristas que passaram a ser só 3, tendo que recorrer a outros meios laterais e alternativos.

Mas após 3 semanas e zero euros ganhos fartou-se!

Para além do mais, afirma que "isto de se jogar fazendo uma vaquinha com o Estado, tendo eu de preencher o boletim, e o Estado a cobrir o valor da aposta, me retira autonomia, e faz-me sentir sempre mal depois..... É que eu nem os números o deixo escolher."

quarta-feira, julho 13, 2005

Dedos de conversa



As privações levam-nos a mergulhar nas questões mais profundas.

Vejamos, por exemplo, o que me aconteceu ontem. Depois de um jogo disputadíssimo de futebol de salão, em que devo ter perdido 10 a 15% de mim tal eram calor e suor, cheguei a casa e preparando-me para me deleitar com um misto de chuveiro quente e frio... ... não tenho ÁGUA?!

De repente, a necessidade imediata desdobra-se numa avalanche de impedimentos, que me levariam a ter de lavar os dentes com água do luso, não tomar banho antes de me vestir para ir para o escritório no dia seguinte... ...and so on and so on.

Não fossem os avózinhos estarem em casa, ah e terem água!!!!

Dá que pensar a quantidade de privações prontas a manifestar-se, diariamente, quando menos esperamos e quando mais precisamos.

Ter como garantidas determinadas coisas na vida, pelo que sinto e vejo, torna-nos inconscientes afinal de contas da sua preciosidade e essencialidade.

Como respondia ontem a um colega jogador, a verdade é que tenho imenso receio da debilidade física, de algum dia querer mexer-me e as pernas não responderem à vontade, como antes. Por isso corro o mais que posso, ou pelo menos tento, o que para a minha idade não é nada mau.

É que o critério da idade também releva para além das múltiplas condicionantes futuras, menos agradáveis é certo, e que nada têm a ver com a incapacidade física ocorrida por decurso do tempo.

Como pode ser, pois, desagradável não ter electricidade em casa ou água.
Como de repente, somos de novo homens das cavernas, que à custa de um pavio e cera, nos vemos novamente limitados num mundo de sombras que dançam acompanhando a chama.

Perder a vista, outro dos medos de quem mais gosta de apalpar as cores com o olhar, é uma penosidade que reconhecemos, também diariamente, quando damos a moedinha ao invisual que percorre as carruagens do metro.
E muitos dão-na não por pena dele, mas como reacção ao pânico pessoal de um dia ficarem assim, como se o pudessem evitar desonerando-se com uma esmolinha.

Ler o mundo através do tacto, não é certamente suficiente para satisfazer as ansiedades humanas, muito menos das de quem se vê forçado a conhecê-lo, ponto por ponto, através da ponta dos dedos.

E nem sempre há tradução simultânea em todas as coisas do mundo, nomeadamente a escrita do Nobel Saramago que nem os invisuais poupa, com a ausência de pontos finais nas frases.
Nem poderiam ler este post...

Proponho que façam um experiência:

Durante dez minutos limitem-se a ouvir os sons circundantes.
Durante outros dez minutos, passem pelos locais que percorrem todos os dias, desta vez procurando novos pormenores, que a pressa impede que sejam encontrados.
Durante uma refeição, prestem atenção aos odores e cheiros dos ingredientes e procurem descobri-los.
Finalmente, deixem as vossas papilas gostativas provarem algo de diferente...

Depois digam como foi!