sábado, dezembro 30, 2006
sexta-feira, dezembro 29, 2006
quinta-feira, dezembro 28, 2006
Silogismo
Se uma Fêmea de Dragão de Komodo concebe sem cópola
Se a Virgem Maria concebeu sem cópola
Logo, ... ... ...
Sem ofensa.....
.............
Já não sinto nada para além da dor
Ou desta sensação angustiante.
À distância, sinto perder-se o teu calor
Nas mãos quentes deste amante.
J que desejo ardentemente,
O que fazes com o teu silêncio mudo?
Andas à deriva no afluente, ou
Nadas certeira para a Nascente?
Ainda resta esperança, ou acabou-se tudo?
quarta-feira, dezembro 20, 2006
Odeio-te.
Tiraste-me tudo.
Começas por A. Terminas... comigo.
Não me lês, antes pudesses. Nem ouves.
Dir-te-ia berrando "Eu não sou assim!".
Viravas os olhos, se os tivesses.
E tocas-me no ombro e não te encontro.
Mexes-me nas coisas que procuro, no toque que não está lá. Eu deixei-o aí!
1 a 0 insanidade.
Ficcionas escolhas, e obrigas-me a decidir.
Apenas existo no espaço, enquanto me enganas com a percepção.
Dói-me como há muito.... não.
Não durmo.
E o silêncio, e o nunca mais, e o nunca mais, e o nunca mais, e o nunca mais...
Repetido.
Confirmado.
Reafirmado.
Não Quero mais....
Nunca mais...
Sozinho.
Sabre
Olhos vidrados.
Imóvel.
Trémulo...
Suave a lâmina, desfaz...
Corta, separa, divide, retira incisão a incisão, a unidade...
Jorra firme, mas verdadeiro o sangue pelo interior.
Desfalece a vida e a vontade de viver...
Nasce a vontade, um segundo, um acto abreviado. Um salto sobre "the oblivious", sobre um Décimo (10º) segundo que demoraria menos do que apenas um deles.
A loucura do fim, o desejo da facilidade e a lâmina outra vez que me relembra a cisão, o desmembramento, a violência, e ao mesmo tempo, o silêncio.
Sofre em silêncio.
Ninguém escuta o corte, o trinchar da cobaia.
Cede à experiência, lentamente, pesadelo a pesadelo, o elenco certo de enumerado de orgãos.
E tudo se apaga, uma a um, desconectados com a fonte, livres, sem sentido, como num manual de anatomia.
Tremem. Como tremem as mãos.
Metal afiado que desliza continuamente.
Não existe dor. Maior.
Não ao cubo sem resposta, sem amor.
Agora a duas mãos, numa pintura sem pincel delineada pelos traços finos de encarnado, pela agonia invisível e o pânico, o medo, o fim.
Cai o sabre.
Prossegue o corte, ramificado, desenfreado, sem razão ou meta definida.
E destrói a unidade, o ser....
Membro a membro, desmonta o H imperfeito.
Sem hipótese ou vida extra.
Solta o braço ao som da gravidade.
O olhar vidrado rebola pelo pavimento.
O sorriso rasgado pelo movimento.
Os dedos separados, torcidos.
Jaz, deitado, o resto dos restos, a sobra, o noves fora nada.
ZERO.
domingo, dezembro 17, 2006
(I)maturidades
Descobri uma revista do Externato da Luz, escola que frequentei, onde cometeram a ousadia de publicar o que escrevi com 14/15 anos, e que agora transcrevo:
"Só quero ser feliz"
Nada peço, nada anseio
Quero é ser feliz.
Mas apareceu o amor pelo meio
E meu desejo não satisfiz.
Amor para uns é tudo,
Mas a mim nada diz.
É como se fosse mudo
Aos meus apelos para ser feliz
Amor é segredo para guardar
No tempo do conhecimento,
Mas deve-se sempre libertar
No dia do casamento
Não sabia se devia transcrever este último verso...tendo em conta a real sequência de eventos.
Enfim, as coisas que uma criança escreve...
"O amor é fodidoº. Hei-de acreditar sempre nisto. Onde quer que haja amor, ele acabará, mais tarde ou mais cedo, por ser fodidoº.
É melhor do que morrer. Há coisas, como o álcool e os livros, que continuam boas. A morte é mais aborrecida.
Porque é que fodemosº o amor? Porque não resistimos. É do mal que nos faz. Parece estar mesmo a pedir. De resto, ninguém suporta viver um amor que não esteja parcialmente fodidoº. Tem de haver escombros. Tem de haver esperança. Tem de haver progresso para pior e desejo de regresso a um tempo mais feliz. Um amor só um bocado fodidoº pode ser a coisa mais bonita do mundo."
Página 16 de "O amor é fodidoº", de Miguel Esteves Cardoso.
sexta-feira, dezembro 15, 2006
"Debaixo do cabelo preto, penteado para cima, viu um rosto luminoso, muito terno e muito inteligente, uma boca vermelha como um figo acabado de cortar, sobrancelhas pintadas a descrever um arco alto, olhos escuros, inteligentes e observadores, e um pescoço claro e esbelto, a emergir do vestido verde e dourado. As mãos da mulher eram firmes e macias, compridas e estreitas, ornamentadas com largas pulseiras de ouro nos pulsos. Ao ver como era bela, o coração de Siddhartha rejubilou."
in Siddartha, de Herman Hesse
Naquela noite, foi o teu perfume
que me atravessou por inteiro.
Como o obsessivo ciúme,
Que com estoque no peito
Perfura ligeiro.
Mas o odor fabricado,
Cujo nome não repito
Tal o medo de me contaminar
Com o amor já mito,
Teima em pegar-se a mim.
A ficar.
E quando o cego ama
Em silêncio neutro de terceiro,
Eis que a memória trama:
Encurrala o touro
Entre o cavaleiro e a chama.
(2)
E quando o cego ama
Em silêncio neutro de terceiro,
Eis que a memória me trama:
És quem diz que Ama,
E rejeitou primeiro?
Soa a corneta afinada:
Termina o sofrimento!
Na arena, a espera concertada
Pelo lamento do animal,
Que com a espada enfiada
Morre de amor,
no final.
domingo, outubro 15, 2006
Preguiça de escrever
Queria escrever.
Mas, ao mesmo tempo, não sei porquê, não tenho paciência.
Por fim, quando me preparava para dar brilho às teclas do computador, eis que o dito descontente com a situação do país, decide entrar em GREVE, SEM PRÉ-AVISO!
Pifou como há muito não o fazia.
- PIFAR:
v. tr.,
roubar;
bifar;
surripiar;
Brasil,
avariar;
falhar;
deixar de funcionar. -
O capricho ou a preguiça foram rapidamente substituídos pela vontade irresistível de dedilhar e acariciar ao de leve o teclado de um qualquer computador. Isto porque a impossibilidade traz-nos destas coisas...
segunda-feira, agosto 28, 2006

PArabéns Queridos amigos da SEMANA "ZEN"!
A quinta do Vale da Lama, em Odiáxere perto de Lagos, recebeu um grupo de jovens desejosos de umas férias diferentes. Um ATL ou campo de férias para maiores de 18!
Esta foi uma das actividades que tive a oportunidade de organizar como "formador": almoço Japonês!
A todos os que estiverem presentes, Muitos Parabéns!
O resultado do vosso esforço está à vista.
quarta-feira, agosto 16, 2006
segunda-feira, agosto 07, 2006
sexta-feira, agosto 04, 2006

the men
Se nunca ouviram falar de Helder Guimarães, prometo-lhes uma grande surpresa para quando ouvirem o seu nome.
O Helder é um jovem que comunica de forma rectangular, através de 52 idiomas gráficos que todos conhecemos....Um simples Baralho de Cartas.
Hoje, este rapaz que conheço melhor de reputação, do que como pessoa, foi considerado o melhor comunicador na sua arte. E isto tudo aconteceu longe de casa, longe daqueles que poderiam ter alguma influência nesta decisao....aqui na Suécia!
Hoje o Helder foi considerado o melhor do mundo em Cartomagia!
Parabéns Helder, gracas a ti aprendi que, de facto, o impossível é possível.....mas apenas nas tuas mãos.
Parabéns também ao GRande David Sousa, grande vencedor do 2º Prémio de Manipulação, de quem não posso deixar de gabar a sua qualidade e humildade.
Lembrem-se.... A qualidade vence sempre!
terça-feira, julho 18, 2006
Portalegre
Encerrado o Acto Público do Concurso a que assisti, deparei-me com uma imensidão de tempo para descobrir esta bela Cidade que me acolhe.
Portalegre recebeu-me com chuva, impedindo-me de beneficiar da água "azulada" da piscina do Hotel. Verdade seja dita, nem calções trouxe, mas é comum queixarmo-nos de tudo e atirar a culpas ao tempo.
Voltando atrás. . . 3,2, 1.
ABRE LOS OJOS...
Acordo.
A televisão e as luzes dos candeeiros nas mesinhas de cabeceira ligadas.
Adormeci sem o click nos botões que dão acesso à escuridão.
Acontece-me cada vez mais vezes.
Escapa um semi-palavrão quando me apercebo dos números que os ponteiros apontam no meu relógio.
Daqui a menos de uma hora tenho de estar num concurso público. Pequeno almoço, sem gravata para ser mais rápido, mas antes, um duche rápido.
Vôo para fora do empedrado do hall de entrada do hotel, e alcanço o meu carro.
Olá! - Exclamo. Pinga o Céu uma "chuva de Verão".
A tempo e horas, aguardo já que me chamem para se iniciar o concurso Público. Ninguém conhecido. Ninguém que me acompanhe nas descobertas gastronómicas que caracterizam estas minha viagens.
Agora um Fastforward.......... -> -> -> -> OK!
Despachado, deambulo pela Cidade, sem nada, rigorosamente nada para fazer.
Visito exposições, e venho para esta biblioteca, que por sinal contrasta com o fraco desenvolvimento tecnológico da Urbe, pelo menos aparente.
Aqui existem computadores de acesso e utilização gratuitos, salas de audiovisuais onde nos podemos sentar num sofá, colocar uns auscultadores e ver um DVD. Fantástico não é?
Basta apenas um "Por Favor".
Termino aqui este "Log", pequeno apontamento porque o tempo de utilização, apesar de gratuito é limitado a uma hora!
Em breve, regresso.
Do interior do Alentejo..... uma saudação muito especial!
domingo, julho 16, 2006
quinta-feira, julho 13, 2006
FISM 2006 em ESTOCOLMO
Recebi hoje o seguinte email:
WELCOME to the FISM™ 2006 newsletter!We hope you will enjoy receiving this newsletter that you subscribed to. However, if you'd rather not receive future e-mails of this sort from the FISM™ 2006 organization please see information at the end of this message.
TWO WEEKS LEFT!
Significa isto, caros amigos, que dentro de 2 semanas parto para Estocolmo, com um Grupo magnífico de Pessoas, para representar o nosso país no Campeonato Mundial de Magia.
De facto, enquanto membro do Grupo de Teatro Mágico da Api, posso dizer-lhes que é com enorme entusiasmo que este Rapaz, Advogado, e algo mágico, antecipa o que pode bem vir a ser...a semana mais mágica de sempre.
Para mais informações sobre o Evento, que aliás passa quase despercebido não fosse o pouco interesse que a nossa Comunicação Social atribui a este tipo de acontecimentos, acedam a http://www.fism.com.
Até lá!
It's a Kind of Magic!
domingo, julho 09, 2006

Amplidão de Verão
Cansado das agruras próprias da profissão e da constante sujeição ao tempo, sob forma de "PRAZOS", é altura de esticar a toalha e abraçar a areia.
Armação de Pêra é desde há muito o destino de férias da família, até porque a sorte ditou que lá adquiríssemos um apartamento, muito antes mesmo do presente caos urbanístico.
Recordo-me de ser puto, e ter um imenso areal para correr, saltar e jogar à bola. Os toldos, erguidos longe do marulhar e das cambalhotas da água salgada, contrastavam o seu azul marinho com o amarelo torrado dos grãozinhos minúsculos filhos da erosão.
O silêncio competia com as ondas irrequietas...e o levante agitava os dias excessivamente calmos.
Um privilégio escondido e preservado pelos habitués da Praia de Armação de Pêra.
Um dia... apareceu o telemóvel.
E com ele a comunicação, o passa a palavra, os contrutores civis, as alterações ao PDM, as dezenas de ruas paralelas à Marginal, os hipermercados, os bancos, os multibancos vazios de dinheiro, a falta de água, os carros, as ruas cortadas e, finalmente, a falta de espaço na praia.
Espirrar passou a incluir um "peço desculpa", tal é a proximidade com o vizinho, que sem pensar duas vezes, estende a sua toalha no pedacinho livre junto ao nosso, formando ao todo centenas de retalhos multicolores, separados por milimétricas tiras de areia.
As toalhas, claro, viram o seu tamanho aumentado, ou não fossem marcações territoriais a respeitar escrupulosamente.
E o Paraíso transformou-se...
Mas, para que não me chamem Velho do Restelo, eis que chega o objectivo do presente texto.
A foto que incluo neste meu post, não é de tempos idos, mas do que ainda se consegue encontrar hoje, a custo de umas centenas de metros a pé ou mesmo de carro.
A paisagem quase liberta de chapéus de sol, de rádios AM, FM, M&M.
E um mar só para nós.
A preguicite aguda do visitante cega-o, impedindo-o de lutar por áreas mais amplas de espaço vazio.
É que, como acima referi, para se chegar aqui, onde somos todos donos de um pedaço de sonho de verão, basta percorrer um extensão mais do que justificável de caminho.
Há, felizmente, coisas que nunca mudam,
como a preguiça...
Vai um brinde?
sábado, julho 08, 2006
Sei...
Disseram-lhe tudo.
Ouviu e engoliu em silêncio, mas em seco.
"Andas há demasiado tempo a gostar da mulher errada".
"Não faças depender a tua auto-confiança dos outros, descobre-a em ti!"
"Não procures, e quando menos esperares..."
Soava-lha a lugar-comum. Mesmo muito.
Mas ouvir não é difícil...como acreditar na eficácia daquelas palavras.
3:07 da manhã....e quando nada o fazia esperar....
sexta-feira, junho 23, 2006
Princípio e Fim
Uma moeda de cem.
Algo tão inocente, um favor
Que não se nega, nem
A um futuro Amor.
E mesmo que o pedido o fosse sem pudor,
Sorri observando,
Que o simples tostão em mim criou
A tentação de, teimando,
Lhe negar o que rogou, desafiando…
O que em seguida se passou é controverso,
Já ninguém pode afirmar com certeza,
Muito menos aqui, em verso
Apresento a minha defesa.
Sei hoje, sim,
Que triste é o abandono.
E que apagarei, enfim,
O teu coração e o seu novo dono,
Como se para mim,
Fosse mais uma partida do sono.
Beijinhos Piri,
Que adormeças em seus braços feliz
Como eu sempre fiz
Nos teus, que escolhi.
Fim
quarta-feira, junho 21, 2006
You, Metro and I
Olho para o rosto, e vejo-te a ti.
Sorriso seguro numa boca que às vezes não sente.
Nada de diferente.
Os braços percorrem um pescoço que não o teu,
E abraçam-no num corpo,
que em esboço...parece o meu.
Esta é a imagem que constato,
Não fotográfica,
Mas um relato do que é antes…
Um reflexo.
E aquele, na verdade… não sou eu.
Desorientado, não sei o que sinto.
Se a reacção do instinto, ou
A saudade do que não é meu.
Mas este que sente… sei que sou eu.
Desejo quem não tenho, e
O que se perdeu, algures
Na rotina, num desenho
que sem esperança,
alguém rasgou…Eu!
Gramar isto
A todos os que compram fiambre, queijo ou outras coisas a peso:
Nunca esquecer que a unidade de medida de massa correspondente é O Grama e não A GRAMA!!!!!
Isto claro, se não quiserem comprar relva, essa sim substantivo feminino, mais conhecida pelos Brasileiros como grama.
Dúvidas? Resposta em http://ciberduvidas.sapo.pt/php/resposta.php?id=1201.
segunda-feira, junho 19, 2006
Bublé - You and I
Avesso à mudança tropecei no Amor.
Agarrei-me, então, firme à esperança,
que avivada a lembrança
Retomasses o rubor.
Mas, sem olhos no coração
Para veres quem te admira,
Recusas,
e não me esticas a mão.
Conheço agora PERDER.
Usei a palavra alguma vezes,
Sem me aperceber
Da profundidade que indica,
E do vazio que explica
O quanto me está a doer.
Dor que faz esquecer o prazer,
E que mata, com temor, a sede de te ter...
Como antídoto deste morrer.
Esquece a identidade que ousou amar,
O órgão perdido nesse corpo quente,
Alma presente no coração em saudade,
Querido amor.
Querido Apagar.
Mente a si mesmo o verbo gostar
Quando se apaixona pela perda.
E não cede fácil à dúvida, que
Insistente, toma o lugar
Da Merda que é sentir sem
O Teu gostar,
A acompanhar.
sexta-feira, junho 16, 2006
quinta-feira, junho 08, 2006
Exterminadores Implacáveis
A condição Humana.
O Respeito pelo próximo Versus o atentado terrorista.
Hoje foi comunicado o "extermínio" do chefe da AL QUAEDA no Iraque, prontamente acompanhado pelo regozijo dos presentes na conferência de Imprensa, ao som das efusivas palmas.
Como a morte de alguém pode ser motivo de alegria...para quem não se afirma Terrorista.
sexta-feira, junho 02, 2006
Frigo adventure
Teimosia ou mera coincidência, voltei a passar pela loja dos "Supermanos".
15.13h
Almoço comido, e em pleno horário de trabalho.
Forço a porta, porque o mero empurrar não a abre. Está fechada à chave.
Ninguém nas redondezas, nem no interior, o que confirma as linhas de um post anterior...
Um café que durou demasiado tempo...
É, de facto para algumas pessoas o n.º 13 é um número de Azar.
Neste caso, significa comprar o belo do Frigo Inox noutro lado, onde o vendedor lê os posts do Olharcritico...
quinta-feira, junho 01, 2006
o Porquê
Sei que quando te mando mensagens não é apenas porque penso em ti.
Mas para que penses em mim, porque temo que já não o faças.
Pergunto-me,
Se não o fazes, será que ainda gostas?
E será que vale a pena gostar de alguém que não pensa em Nós?
Não vale, se esse alguém não gostar.
E tu, gostas?
Não.
E não sei de nada. Não há respostas evidentes ou directas, mas apenas e tão só, momentos tão contraditórios.
Enfio-me no trabalho....distrai-me e silencia os murmúrios do coração. Por agora.
terça-feira, maio 30, 2006
Hora de almoço
Ainda há quem diga que se vive uma época de crise...
Subia eu em direcção ao Saldanha, quando vejo uma loja dos "Supermanos".
Hora de almoço.
Posso aproveitar para ver os preços dos frigoríficos, já que preciso de comprar um. Em inox. Sem mais mariquices.
Porta fechada, gente na loja.
Pergunto em surdina se está fechado...gesticula que sim, mas dirige-se lentamente até à porta pelo lado de dentro.
Aguardo a lenta deslocação, propositada?!
Abre-se a porta....e lá vai ela dizer qualquer coisa simpática, quando o balão da imaginação faz pop, eu acordo e.... "Ainda faltam 5 minutos!"
Fecha a porta, e vira-me as costas em direcção ao café, julgo eu.
Ainda pensei em dizer-lhe ao que vinha, mas não a quis incomodar.
Afinal de contas, retirar-lhe a hora de almoço, obrigando-a a fazer trabalhar o multibanco, ou até mesmo, concedendo-lhe uma comissão.
E eu não sou mau, por isso, tive pena dela e deixei-a ir, lentamente, como quem vai ao café 20 minutos antes de voltar a abrir a loja.
Detesto incomodar as pessoas com o meu consumismo. Sobretudo aquelas que têm uma loja e não querem vender.
quarta-feira, maio 24, 2006
Linha de Vida
Subo degraus. Há cinco dias que subo os mesmos degraus. Contam-se em silêncio, mas não sei dizer o seu número. Talvez por nunca ter sentido a necessidade de o saber, ou porque, na inconstância das novas que surgiam, pensava que os abandonaria antes de me habituar a eles.
Sem saber, ou pelo menos sem dar por isso, cumprimento-os piso após piso, e eles lá me respondem. Sempre em silêncio.
5 dias e um quarto andar.
Conheço de cor os aviso, as molas do elevador, o ranger das cadeiras da sala de espera, os olhares dos médicos, os turnos das enfermeiras e a luz que se sobrepõe ao sol que não vejo aqui dentro. Como um ciclo mórbido, os entubados que se estendem nas macas lutam....sem parar.
Minto.
Parou... faleceu 1 mês depois da primeira batalha.
Dizem que está num lugar eterno, para sempre...
Obrigado querido Avô, por me mostrares como deve ser um homem honesto, responsável, bom pai de família, e, bom marido.
Tenho saudades tuas...
quinta-feira, maio 11, 2006

Cénico de Direito apresenta,
"12 em fúria"....No Teatro da Luz!
Baseado em Twelve Angry Men, de Sidney Lumet
SINOPSE
....E se a sua vida dependesse de um voto? De doze, para ser mais exacto. O que sentiria se de repente, as suas palavras e as suas afirmações nada valessem perante doze pessoas que apenas querem ter certezas? Ou apenas uma: a da sua culpa.
....Silenciado pelas regras próprias dos tribunais, a sua defesa depende da astúcia, engenho e inteligência do seu advogado.
....Finda a produção da prova, cabe aos doze jurados tomar a decisão, unânime e final. O seu destino está agora nas mãos deles.
....Você sabe que os erros ou omissões em Tribunal pagam-se caro... a si pode custar-lhe a vida.
....Não havendo certezas há lugar à dúvida razoável… e você está livre.
....É este o drama psicológico vivido por muitas pessoas, que têm a infelicidade de cair nas malhas do crime e de aguardar encarcerados o veredicto final de doze americanos típicos.
....Esta peça vem explorar não só as falhas de um sistema judicial essencialmente retórico e pouco técnico, como também a falha humana na apreciação de factos, provas e condutas. Falha, essa, que poderá conduzir à morte de alguém, mesmo que completamente inocente.
TEXTO DE PUBLICIDADE
Um homem morre depois de ter sido esfaqueado.
O seu filho, um rapaz de 18 anos, é acusado de o ter morto.
Doze pessoas que não se conhecem foram chamadas para decidir o destino deste jovem: a liberdade ou a cadeira eléctrica.
....Agora, imagine-se numa sala, trancado, com 11 desconhecidos.
....A todos foi concedido um voto, uma certeza: culpado ou inocente.
....É-lhe comunicado que tudo depende do vosso veredicto unânime.
....É, pois, o número 12 a chave do destino do rapaz.
FICHA TÉCNICA
Encenação: Pedro Wilson
Argumento original e história: Reginald Rose
Adapatação de Texto: Henrique Gomes
Luminotecnia: Pedro Wilson
Sonoplastia: André Sobral
Figurinos: Cénico de Direito
Cenografia: André Sobral com a colaboração de Clara Sevivas e João Silva
Relações Públicas: Ana Paula Lopes e Paula Cristina Morais
Produção: Cénico de Direito
Direcção de Produção: Ana Paula Lopes, Joana Sevivas e Paula Cristina Morais
Elenco: Ana Gomes, Ana Panão, Ana Paula Lopes, André Sobral, Diogo Pinto, Henrique Gomes, Íris Baptista, Joana Sevivas, João Valério, Mafalda Velez, Paula Cristina Morais, Paula Martins, Paulo Mendes e Rodrigo Vilarinho
Duração: 70 minutos
ACTUAÇÕES
FESTIVAL FATAL - ESCOLA POLITÉCNICA DE LISBOA
DIA - 11 DE MAIO -
TEATRO DA LUZ
Maio:
- 9, 10, 23, 24, 30, 31
Junho
- 6, 7, 13, 14
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CONTACTOS:
Página INTERNET: https://webmail.netcabo.pt/exchweb/bin/redir.asp?URL=http://www.CENICO.NO.SAPO.PT
Telemóvel: Ana Paula Lopes (Directora) 918827960
EMAIL: cenico@netcabo.pt

terça-feira, janeiro 31, 2006
Ressaca doce
2.º dia.
Não posso passar por aquele armário...
A porta tem um vidro fosco, e eu sei que do outro lado se encontra a fonte do meu vício.
A ansiedade instala-se e, de repente, a vontade, o desejo e a fraqueza numa união mais forte do que a minha determinação precipitam-me sobre a pega.
De punho firme, preso à necessidade debato-me uma última vez na esperança de um choque que me atire para o chão.
Nada.
a porta abre-se....está ali mesmo, protegido por uma prata dourada, dentro de um paralelipípedo azul com desenhos.
O CHOCOLATE DE AVELÃS DO LIDL!!!!!!
Já sinto o chocolate a derreter-se na boca, separando-se das avelãs, deliciando-me momentaneamente até à nova fila de quadradinhos, que em breve estarão, primeiro na minha mão e depois a deslizar pela língua....
não resisti....