sexta-feira, setembro 19, 2003

Desabafo


Será que nunca mais percebemos:

1- que somos péssimos a fazer pontes.

2- que não sabemos fazer nada com antecedência suficiente. Reina o "deixa andar que ainda temos tempo".

3- que é fácil ser-se um vidente charlatão em Portugal, porque não é necessário antever o futuro, basta tão só prevê-lo, pois tudo, mais tarde ou mais cedo, acontece (menos o do canal 2).

4- que a nível das empresas privadas impera, inexplicavelmente, uma contenção de custos que impede que sejamos responsáveis e previdentes.

5- que é escusado procurar responsáveis quando as opções se resumem à sua demissão.

6- que o enorme esforço fiscal e as medidas drásticas paralelas, eram mais do que necessárias face ao estado calamitoso da Economia Portuguesa, mais um legado inconsciente do anterior Governo.

7- que o Guterres não tinha mais nenhuma alternativa senão abandonar o barco, depois da enorme fabricação, durante meses e meses, de um país próspero e em ascensão.

8- que a atitude mais correcta quando se foi protagonista duma imcompetência, não é a de se demitir imediatamente porque não se foi capaz de fazer um bom trabalho, mas sim a de efectivar todos os esforços para compor os danos e apenas posteriormente admitir-se a incapacidade para continuar num determinado cargo. Caso contrário, o puro e simples não fazer nada nem antes nem depois é bem revelador de demasiada irresponsabilidade e de muita lata!

9- que a política sempre foi a de remendar e nunca a de prevenir.

10- que é preciso ter mesmo muita lata, para se afirmar numa entrevista recente dada à Rtp, que se está de consciência tranquila.... (António Guterres)

Atenção, não estou ligado a nenhum partido, não sou contra o Ps, muito menos sou apoiante do Psd.
A verdade é que vivo no bolso as consequências duma política desastrosa de alguém que nos ocultou um Estado da Nação inacreditável e que agora se limita a atribuir as culpas ao Governo por aplicar um política rígida, inflexível e sobretudo impopular, o chamado "apertar o cinto".
A oposição existe para propor alternativas e não para atirar areia aos olhos de quem tenta trabalhar.

Quanto ao resto, todos os partidos são iguais.
Cada um expressa a sua opinião, à sua maneira, como eu.

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