sexta-feira, setembro 19, 2003

"Quero ver o meu Presidente!"



Os Portugueses, porque já não têm Rei, adoram o seu Presidente.
Mesmo aqueles que não morrem de amores pelo titular do cargo, admitem que sentem um respeito particular pelo homem que os representa no exterior e que relembra os povos do lado de lá do Atlântico, que Portugal não é um Estado Espanhol.
Essa adoração, chamemos-lhe assim, que não advém exclusivamente de se ser descendente duma família que governa há centenas de anos, mas por se tratar de alguém que atingiu o cargo por meio da consulta do seu povo, pode contudo ser levada a extremos.
Exemplo disso, foi o desejo, ontem demonstrado, por um indivíduo nos seus cinquentas, de se encontrar com o Sr. Presidente, sem marcação e sem respeito pelo "protocolo".
Não contente com os argumentos invocados pelos seguranças do Palácio de Belém que lhe negaram a entrada, decide, que nem Manuel Subtil, desatar aos tiros para o ar.

Isto que acabei de contar, poderão ler em qualquer jornal de ontem.
Há, no entanto, que elucidar quanto aos verdadeiros motivos do pobre homem que, ao que parece, ficou logo detido.
Na verdade, este senhor queria apenas inocentemente oferecer um prenda ao PR. pelo aniversário de ontem. Triste por ver tanta burocracia e confusão a barrarem-lhe o caminho, sentiu-se abalado na sua qualidade de cidadão eleitor e decidiu inventar provisoriamente o seu protocolo pessoal.
Tudo para oferecer uma prendinha.
Enquanto isto, o Presidente aproveitava para navegar nas águas do Tejo, na companhia dos seus amigos mais íntimos, ignorando completamente os graves acontecimentos que ocorriam no seu lar.

Agora percebo para que servem os jovens guardas que se encontram nas guaritas à porta do Palácio.
Estão a imitar a desenvolvidíssima técnica de camuflagem utilizada pelos Guardas da Rainha Inglesa, que são capazes de estar horas a fio, no seu posto, sem se mexer.
Assim escondidos hirtos e firmes nas guaritas brancas, parecem verdadeiras estátuas.
É, pois, natural que qualquer pessoa se sinta à vontade para entrar de carro, na residência presidencial.

Fica para o Ano!




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