domingo, agosto 04, 2013

O primeiro encontro

Era madrugada de segunda-feira. Frederico deixara-se vencer, exausto, pelo texto misterioso e sem que se apercebesse, caiu num sono profundo depois da sua leitura ininterrupta.
O estranho livro repousava-lhe agora no peito amparado por uma das mãos, enquanto a outra, inerte, estendia-se ao longo do corpo, situada no final do seu braço esguio, relembrando a copa de uma palmeira no topo de um tronco comprido, seco e hirsuto.

A imagem assemelhava-se a um soldado morto em combate tapando a ferida com um livro com a sua mão direita a pressioná-lo, como se de um curativo se tratasse.

No interior do labirinto Rem, completamente alheio aos movimentos pélvicos sonoros dos vizinhos de cima, rajadas de raios de luz intensos, um ambiente aquático, movimentos lentos.

Um olhar distinguia-se das imagens que serpenteavam na água. Pertencia a uma personagem com um escudo brilhante que à medida que o movimento intermitente se dava, desembainhava uma espada.

Seguem-se agora flashes ritmados e duas palavras. A primeira "armigero". A segunda o nome "Henrique".

Frederico sonhava com Henrique.

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