quarta-feira, julho 02, 2003

4x4 Radical



Hoje em dia, imbuí­dos na era do "ser-se radical", está na moda correr-se riscos por prazer ou pela adrenalina que o "push the limit" encerra. Não falo apenas dos chamados Desportos Radicais, mas igualmente duma actividade com cada vez mais adeptos: "a condução nas estradas portuguesas". Esta actividade tão lucrativa para os seus organizadores (na sua maioria as construtoras de automóveis), tem sido objecto de muitas conferências e debates, tendo já alguns especialistas proposto substituir o nome, a bem do rigor que esta matéria exige, para "a condução dos portugueses". Curiosamente, o número de praticantes desta modalidade confirma, efectivamente, o rigor desta nova denominação, visto que é o português quem mais arrisca ao volante.
Mais recentemente, no passado Domingo, e após concertação nacional no sentido de demonstrar que somos um povo solidário, as notícias que abriram os telejornais apresentaram as baixas da prática deste "desporto" rico em adrenalina e baixo em racionalidade, como aliás nos comprovou um psicólogo nutricionista que contactámos.
Mais, posso garantir-vos que fui testemunha de mais de 200 km de ultrapassagens de risco, velocidades "furiosas", mais comummente chamadas de "manobras", provavelmente, à semelhança do que se passa na prática do Skate.
Com efeito, ir e voltar do Luso, foi mais que uma simples viagem, foi a constatação que o povo português é destemido e persistente, tal e qual como na altura dos Descobrimentos. Porém, apenas com um pequenina diferença, o facto de no século XV em diante nos aventurarmos no desconhecido e hoje por mais que conheçamos as consequências indesejadas da nossas acções, sacrificamos a nossa integridade física e a dos outros, por minutos a menos de viagem ou porque simplesmente gostamos de altas velocidades.
Estranho?

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