segunda-feira, julho 21, 2003

O Parcialóide apresenta:


”A originalidade no plágio” by Dra.Pálida Pinto Correia

Mais uma vez, fomos confrontados com a impossibilidade de transcrever as perguntas que fizemos. Assim, porque se tornou um fenómeno recorrente no Parcialóide, daqui em diante, vamos escusar-nos a sequer tentar publicá-las.


Dra. Pálida Pinto Correia - ...muito obrigada, eu, pelo tempo que me estão a dispensar!
Calculo que queira falar sobre o evento que mudou a minha vida, episódio que denomino “o maior dos meus erros”, e que curiosamente é o nome do meu último livro, que já está à venda na Fnac, na Bertrand, Barata, isto é, todas as grandes livrarias e também algumas mais pequenas que as imitam.

- Pessoalmente fiquei muito contente que alguém tivesse descoberto, ou pelo menos notado. Repare, Portugal vive um período de grande desinteresse pelo que se escreve nos jornais, nas revistas e até nos livros. O típico português limita-se a ler as frases neo-nazis, racistas ou mesmo pornográficas, escritas na diagonal numa porta de casa-de-banho de centro comercial, os panfletos de enriquecimento rápido e próspero que alguém insiste em deixar no pára-brisas do carro, o papelinho que acompanha a pílula do dia seguinte e que descreve os efeitos, os jornais da bola, a lista/conta do supermercado tentando perceber o que encareceu.
Ora, se o marasmo nos hábitos de outra leitura é um dado adquirido, não acha fantástico que alguém que tenha uma sensação de “deja vu”, seja em simultâneo leitor da time, escapando à terrível onda de desinteresse?
Só tenho pena que ninguém tenha notado antes, trata-se de uma prática antiga, sabe? Anos a fio a depositar uma esperança, a de que um dia alguém estranhasse. Nesse dia, Portugal começaria a mudar.
Veja, já começou! Já somos mais cultos, mais atentos e sobretudo mais elaborados naquilo que escrevemos e que juramos ser nosso.
Agora, começa o verdadeiro desafio de nos separarmos da mera cópia, pois o Plágio é apenas um meio!

-...Como eu própria escrevi em tempos, “Ser ou não ser eis a questão que me perturba”, ou “ água mole em pedra dura, tanto bate até que fura e depois tenho de ir buscar outra ao quintal para fazer de ralo no lava-loiças, já que a torneira não pára de pingar, mas o canalizador já telefonou a dizer que vinha logo à tarde” a vida tem um percurso enigmático, desconheço qual será o meu próximo golpe de publicidade, digo, o meu próximo acto mediático, mas como toda a gente sabe, não há duas sem três!

-...Só contou um plágio? Quando digo “não há duas sem três” estou, naturalmente, a referir-me ao meu mais recente livro “o maior dos meus erros”, que já está à venda na Fnac, na Bertrand, Barata, que na realidade será brevemente editado nos Estados Unidos da América e cuja autoria pertence efectivamente a George W. Bush, numa tentativa rebuscada de justificar o próximo ataque ao Canadá.

- .... claro, aliás, para terminar, vou ler uma passagem do segundo capítulo “ A Spa e eu”:

Sentado sobre um muro da Baía, bem para lá dos vales áridos de Salamansa, sinto no rosto a chuva tépida de São Vicente. Os meus filhos (uma rapariga, dois rapazes) insistiram: que eu bebesse uma cerveja. Ela, empoleirada numa cadeira, foi buscar a cerveja ao frigorífico. Um foi buscar o abre-garrafas e outro, por pudor, trouxe um copo. Ainda pensei em explicar que talvez não fosse boa ideia, mas sei agora que foi a melhor cerveja dos últimos tempos. Uma memória da felicidade. Já passaram as dores de parto, já se afagaram as primeiras depressões ( pós-parto ) , estão agora a aparecer as primeiras febres que preocupam mais a uns e menos a outros.
Eu penso que não é nada que um Benuronzito não resolva... não abusem do Brufen – por exemplo com os meus filhos , baixava-lhes muito a temperatura e isso também não é bom. “Faz-me aí uma canjinha e depois anda cá levar com a moela”, é frase que me aquece há anos a invernia..
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Errata: perdoem-me os leitores, mas depois de uma leitura atenta dos blogs dos colegas, reparei que este excerto da imaculada Dra. é não mais que transcrição de pedaços de posts do Desejo Casar, não esperem nada de mim!, Aviz, Opiniondesmaker e até do O meu pipi. Por este motivo, pedimos imensa desculpa, mas espero que compreendam.
Aliás a credibilidade inexistente de quem se assume plagiador não deve ofuscar a originalidade das vossas criações!


Próximo Parcialóide: Surpresa! dica: é um actor! - já na próxima segunda-feira

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